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Procrastinar...Adiar...

 

Sinônimo procrastinar: adiar, delongar, diferir, espaçar, pospor, postergar,prolongar, prorrogar, protelar,retardar. A palavra é no mínimo esquisita, mas significa tão somente adiar algo, deixar para depois.

E Por que deixamos algo para depois? Com certeza porque é algo que não é prazeroso, que não temos muita vontade e nem entusiasmo em fazer, talvez seja algo que vá nos causar algum incômodo, irritação, ou que se for feito, poderá trazer um resultado contrário ao esperado, ao que gostaríamos, ou simplesmente a preguiça tomou conta de nós, e um dia a gente vai fazer. A tarefa é chata; sei lá porque que deixamos para depois.

O fato é que isso pode gerar stress, incômodo, podemos nos sentir culpado por não fazer algo que já podia ou já devia ter sido feito, mas vai saber porque ainda não fizemos? Talvez e tão somente estejamos agindo contra nós mesmos, nos sabotando, por medo talvez, adiar algo pode nos fazer mais mal do que bem, embora muitas vezes tenhamos a sensação de alívio por temos adiado algo que pode ser dolorido, como conversas por exemplo, decisões que podem mudar a nossa vida, finalizações de situações, coisas que nos causam desconforto e que preferimos não encarar no momento, deixamos para depois.

E o stress por adiar vai aumentando, e a sensação de fracasso e de se sentir inútil também, sem falar que nos sentimos covardes. Mas nem tudo que adiamos tem esse sentido. Arrumar o armário por exemplo, é chato, fazer os exames de saúde rotineiros, adiamos , um pouco por preguiça e achar que não precisamos e temos coisas mais importantes para fazer, outro pouco porque no fundo temos medo de não estarmos tão bem assim ( melhor não saber), como pensam alguns. Mas e aqueles que adiam as coisas por medo de serem felizes? Sim, a felicidade pode causar medos e receios.

Tem aqueles que estão tão acostumados a serem infelizes, ou com sua vidinha sem graça, que adiam coisas que sabem que os fariam felizes, coisas que dariam um novo colorido as suas vidas, afinal ser feliz também pode ser assustador, mudar o que está funcionando, mesmo que não seja muito bom, é correr riscos, quem sabe um dia. Deixar para depois pode ser um problema bem mais sério do que parece, adiar as coisas pode nos fazer perder oportunidades, podemos ficar mal vistos, como o,”cara das desculpas que só enrola e não faz nada”. O assunto é tão sério que o empreendedor, autor e palestrante Christian Barbosa especialista em gestão do tempo e produtividade no Brasil, realizou com mais de 4 mil pessoas uma pesquisa em que perguntou: “você procrastina atividades ao longo da sua rotina?”. 97,4% dos entrevistados responderam “sim”.

É claro que adiar as coisas de vez em quando é algo normal, todos fazem isso, mas quando isso começa a gerar problemas na nossa vida, quando começa a se tornar um recurso que utilizamos quando não poderíamos adiar algo realmente importante, é preciso olhar para nós mesmos com um olhar mais atento, de observador, e tentar descobrir o que está por trás disso. Que angústias ou problemas estamos querendo esconder com essa atitude de procrastinar tudo. Na vida pessoal é normal que isso ocorra mais, porque só temos que dar satisfação a nós mesmos.

Adiamos a ginástica ou a dieta, mas é só a nós que estaremos prejudicando, mas quando envolve a vida profissional, e a vida de outras pessoas que dependem as vezes de uma decisão ou de uma atitude nossa, algo a mais tem que ser feito. Corremos o risco de termos a nossa saúde seriamente abalada por conta disso, pelo stress e desconforto que isso nos causa. Vamos tentar adiar menos, procrastinar menos e fazer mais. Parar de empurrar com a “barriga”.

Como diz o velho ditado: Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Amanhã pode ser tarde demais. Vamos nos ouvir, fazer silêncio, aliviar nossa mente dos problemas e pensamentos originados por que não fizemos, porque adiamos e não conseguimos relaxar, porque ainda falta fazer algo. A paz que tanto almejamos está em nós mesmos, estabelecendo prioridades, vamos realizando pouco a pouco o que tem ser feito, sem angústias, e vivendo o momento presente.

 

Mariene Hildebrando

Professora e especialista em Direitos Humanos  

e-mail: marihfreitas@hotmail.com 

 ONU:

“Necessitamos que a educação nas escolas ensine direitos humanos”

Envolverde-jornalismo e sustentabilidadepor Danilo Mekari, do Portal Aprendiz

 

Abertura oficial da campanha “16 Dias de Ativismo” em Novo Hamburgo (RS)“Necessitamos que a educação nas escolas ensine direitos humanos e respeito mútuo e inspire as e os jovens a serem líderes a favor da igualdade.” É o que defende Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil, sobre o papel do ensino na erradicação da violência contra mulheres e meninas.Na data em que se encerra a campanha “16 Dias de Ativismo”, que envolveu mais de 130 países em ações simultâneas em prol de maior comprometimento social para prevenir, punir e erradicar a violência de gênero, Nadine falou ao Portal Aprendiz sobre os desafios que o Brasil enfrenta para reverter a questão.“É preciso reconhecer que a violência contra as mulheres e meninas é uma expressão de um fenômeno social e cultural de exercício de poder e subordinação entre homens e mulheres, que implica em violações de múltiplos direitos humanos e que não é natural, aceitável ou tolerável em nenhuma cultura, classe social ou religião.”No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo DataSenado, aproximadamente uma em cada cinco mulheres já foi vítima de violência doméstica ou familiar provocada por um homem. Os percentuais mais elevados foram registrados entre as mulheres que possuem menor nível de escolaridade, entre as que recebem até dois salários mínimos e entre aquelas que têm idade de 40 a 49 anos.“No entanto, a própria pesquisa demonstra que a violência está presente em todas as classes sociais”, afirma Nadine. De acordo com ela, o fim da violência contra as mulheres será uma realidade “à medida que mais pessoas a considerarem inaceitável e passível de ser evitada, e à medida que mais agressores receberem a punição devida”.Portal Aprendiz – Qual a importância da Campanha 16 Dias de Ativismo no contexto brasileiro de combate à violência contra a mulher? Quais ações ocorreram durante esse período?Nadine Gasman – A campanha é uma forma chamar a atenção da comunidade internacional para que se conscientize e se esforce para combater a violência contra as mulheres fortalecendo o marco dos direitos humanos. Diversas ações foram realizadas por diferentes pessoas, grupos sociais, instituições públicas e privadas. (Veja aqui um mapa interativo com as ações que ocorreram no dia 25/11).Entre as atividades da campanha estavam marchas com o objetivo que denunciar os altos índices de violência praticados contra a mulher no Brasil.Aprendiz – Como realizar um trabalho educativo com crianças e adolescentes, a longo prazo, que vise eliminar a violência de gênero? E, para além disso, como levar essa educação para a sociedade como um todo?Gasman - Para citar a Secretária Geral Adjunta das Nações Unidas e Diretora Executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, “necessitamos que a educação nas escolas ensine direitos humanos e respeito mútuo, e inspire as e os jovens a serem líderes a favor da igualdade. Necessitamos oportunidades econômicas equitativas e acesso à justiça para as mulheres. Necessitamos escutar a opinião delas. Necessitamos mais mulheres na política, na polícia e nas forças de manutenção da paz”.Temos que envolver os Ministérios da Educação para garantir que os direitos humanos, a educação sexual, a igualdade de gênero e a resolução não violenta de conflitos sejam temas centrais nos currículos em todos os níveis da educação. Os professores e professoras também precisam receber formação para ensinar sobre esses temas.Aprendiz – Qual a avaliação da ONU Mulheres acerca dos sete anos de implementação da Lei Maria da Penha? Quais os principais desafios a serem superados?Gasman – A Lei Maria da Penha é citada entre as três melhores legislações do mundo com relação ao enfrentamento à violência contra as mulheres no relatório “O Progresso das Mulheres no Mundo 2008/2009″, junto com a lei da Violência Doméstica na Mongólia (2004) e a lei de Proteção contra a Violência na Espanha (2004). É realmente uma lei especial, porque 98% da população a conhece e sabe que a violência contra as mulheres é um crime passível de punição.A Lei Maria da Penha é essencial, pois deu às mulheres a certeza de que podem falar e denunciar. As mulheres que sofrem violência já não se sentem obrigadas a se calar e aguentar tudo sozinhas. Elas sabem que existe proteção legal para elas, e estão se sentindo encorajadas a denunciar. Então, o que vem aumentando é a visibilidade, a possibilidade de tornar pública a violência doméstica e buscar uma solução. A lei é muito popular, todo mundo sabe que ela existe, e tem sido muito útil na proteção da vida e da integridade das mulheres vítimas de violência.Porém, o sistema de justiça precisa acompanhá-la. O sistema de justiça brasileiro reconhece de forma irregular a gravidade da violência doméstica e familiar. Apenas um terço dos casos que chega aos tribunais resulta em condenação, e a impunidade ainda é um problema crítico. O Brasil tem uma rede de atendimento que tem que ser fortalecida para garantir que as mulheres que são agredidas tenham acesso a serviços integrais de qualidade. A prioridade do governo através do programa “Mulher, viver sem violência” tem potencial de garantir esse acesso.* Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.

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